Em celebração ao início do lançamento da coleção “História Natural”, de Plínio, o Velho, apresentamos abaixo o Livro I – Dedicatória – dessa que é uma das mais importantes obras da literatura universal.
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Livro I. Dedicatória
C. PLINIUS SECUNDUS AO QUERIDO TITUS CÉSAR, SALVE.
Este tratado sobre a História Natural, uma nova obra da literatura romana que acabei de concluir, tomei a liberdade de dedicar a você, o mais gracioso[1] imperador; denominação mais particularmente adequada a você, pois, por conta de sua idade, a denominação Máximo é mais apropriada a seu pai.
“Pois você costumava pensar que minhas bagatelas valiam algo”[2]: se me for permitido me abrigar sob o exemplo de Catulo, meu patrício[3], um termo militar que você bem entende. Pois, como você sabe, quando trocou suas sílabas[4], expressou-se um pouco mais duramente que desejava, por ansiedade em mostrar sua amizade por seu querido Veranius e Fabius[5]. Ao mesmo tempo, esta minha extroversão pode provocar o que você reclamava eu não ter feito em minha outra muito expansiva epístola; registrar e permitir que todo mundo saiba com qual gentileza você exerce a dignidade imperial. Você, que teve a honra do triunfo, censor, seis vezes cônsul e tendo partilhado o tribuno; e, o que é ainda mais honroso, enquanto você os manteve em conjunção com seu Pai, presidiu a ordem equestre, e foi Prefeito dos Pretorianos[6]: tudo isso você fez a serviço da República e, ao mesmo tempo, tem me considerado como um companheiro soldado e comensal. Nem mesmo a extensão de sua prosperidade produziu qualquer mudança em você, exceto que lhe permitiu fazer o bem ao máximo de seus desejos. E enquanto todas essas circunstâncias aumentaram a veneração de outras pessoas por você, com relação a mim mesmo, elas me fizeram de tal forma ousado, a ponto de querer-me tornar mais familiar. Deves, portanto, responsabilizar a ti mesmo por isso, e se culpar por qualquer falha desse tipo que eu possa cometer.
Mas, embora tenha deixado de lado meus rubores[7], não conquistei meu objetivo; porque ainda me espantas e me conservas a distância, pela majestade de teu entendimento. Em ninguém a força da eloquência e da oratória tribunícia resplandece mais poderosamente! Com qual brilhante linguagem você troveja seus louvores a seu Pai! Quão adoravelmente ama seu irmão! Quão admirável é seu talento para a poesia! Que fertilidade de gênio você possui, de modo a permitir que você imite seu irmão[8]! Mas quem será corajoso o suficiente para formar uma estimativa sobre esses pontos, se deve ser julgado por você e, mais especialmente, se você for desafiado a fazê-lo? Pois o caso daqueles que meramente publicam seus trabalhos é muito diferente dos que expressamente os dedicam a você. No primeiro caso, posso dizer: Imperador! Por que lês tais coisas? São escritos apenas para pessoas comuns, para agricultores ou trabalhadores, ou para aqueles que não têm mais nada para fazer; por que você se incomoda com eles? De fato, quando realizei este trabalho, não esperava que você lançasse qualquer juízo sobre mim[9]; eu considerei sua situação muito elevada para que descesse a tal ofício. Além disso, possuímos o direito de rejeitar abertamente a opinião dos eruditos. O próprio M. Tullius, cujo gênio está além de toda comparação, usa esse privilégio; e, por mais notável que possa parecer, emprega um advogado em sua própria defesa: – “Não escrevo para pessoas muito instruídas; não desejo que minhas obras sejam lidas por Manius Persius, mas por Junius Congus”[10]. E se Lucilius, que primeiro introduziu o estilo satírico[11], aplicou tal observação a si mesmo, e se Cícero achou apropriado tomá-la para si, mais especialmente em seu tratado “De Republica”, quantas razões devo ter para fazer o mesmo, eu que tenho tal juiz para me defender! E por essa dedicatória eu me privo do benefício deste amparo[12]; pois é algo muito diferente se uma pessoa tem um juiz que lhe foi dado por sorteio, ou se ele voluntariamente escolhe um; sempre nos preparamos melhor preparação para um convidado do que para alguém que chega inesperadamente.
Quando os candidatos ao cargo, durante o calor da demanda, depositaram seus dinheiros[13] nas mãos de Catão, grande inimigo do suborno, regozijando-se com o fato de ter sido rejeitado pelo que considerava serem tolas honrarias, professaram fazê-lo em respeito à sua integridade – a maior glória que um homem poderia alcançar. Foi nessa ocasião que Cícero pronunciou a nobre exclamação: “Quão feliz está você, Marcus Porcius, de quem ninguém se atreve a perguntar o que é desonroso”.[14] Quando L. Scipio Asiaticus apelou aos tribunos, dentre eles Gracchus, expressou plena confiança de que obteria a absolvição, mesmo de um juiz seu inimigo. Daí resulta que aquele que designa seu próprio juiz deve absolutamente submeter-se à sua decisão; por isso tal escolha denomina-se provocação[15].
Estou bem ciente de que, colocado como você está na mais alta posição, e dotado da mais esplêndida eloquência e da mente mais erudita, mesmo aqueles que vêm prestar seus respeitos a você fazem-no com uma espécie de veneração: assim, devo ser cuidadoso para que aquilo que lhe for dedicado lhe seja digno. Mas o povo do campo e, de fato, algumas nações inteiras oferecem leite aos Deuses[16], e aqueles que não podem obter incenso substituem-no por bolos salgados; pois os Deuses não ficam insatisfeitos quando são adorados por todos com o que podem oferecer de melhor. Mas meu temor parecerá maior pelo pensamento de que estes volumes, que dedico a você, sejam tão desimportantes. Pois eles não permitem exibir genialidade, nem, de fato, a minha é da mais alta ordem; eles não admitem excursões, orações, discussões, nem aventuras maravilhosas, nem quaisquer sucessos variados, nem, devido à esterilidade do assunto, qualquer coisa particularmente agradável à narrativa ou agradável ao leitor. A natureza das coisas e a vida como realmente existe estão descritas nelas; e muitas vezes mesmo no menor de seus detalhes; de modo que, em muitos casos, sou obrigado a usar termos grosseiros e estrangeiros, ou mesmo bárbaros, e estes, muitas vezes, precisam ser introduzidos por uma espécie de prefácio. E, além disso, minha estrada não é uma trilha batida, nem uma pela qual a mente esteja disposta a viajar. Não há ninguém entre nós que tenha tentado algo assim, nem há qualquer indivíduo entre os gregos que tenha tratado de todos os tópicos. A maioria de nós não procura nada além de diversão em nossos estudos, enquanto outros gostam de assuntos que são de excessiva sutileza e completamente envolvidos na obscuridade. Meu objetivo é tratar de todas as coisas que os gregos incluem na Enciclopédia[17], as quais, no entanto, não são geralmente conhecidas ou são tomadas por duvidosas por nossos engenhosos conceitos. E há outros tantos temas dos quais muitos escritores ofereceram tanto em detalhes que já os odiamos. De fato, não é tarefa fácil apresentar novidade sobre o que é antigo e autoridade ao que é novo; brilho ao que se tornou manchado e luz ao que é obscuro; tornar aceitável o que é menosprezado e digno de nossa confiança ao que é duvidoso; dar a todos uma maneira natural, e a cada um sua natureza peculiar. É suficientemente honroso e glorioso ter sido capaz mesmo de fazer tal tentativa, embora tenha se provado infrutífera. E, de fato, sou da opinião de que são mais especialmente dignos de nossa consideração aqueles estudos que, depois de terem superado todas as dificuldades, preferem o útil ofício de ajudar os outros à mera satisfação de dar prazer; e é isso que fiz em alguns dos meus trabalhos anteriores. Confesso que me surpreende que T. Livius, tão celebrado autor, em um de seus livros sobre a história da cidade desde sua origem, tenha começado com esta observação: “Eu teria agora reputação suficiente para por fim ao meu trabalho, se minha mente inquieta não se alimentasse pelo trabalho”[18]. Certamente ele deveria ter composto este trabalho, não para sua própria glória, mas para aquela do nome Romano, e do povo que foi o conquistador de todas as nações. Teria sido mais meritório ter perseverado em seus labores mais pelo amor ao trabalho, do que pela gratificação que conquistou para si mesmo; e por tê-lo realizado, não para seu próprio bem, mas pelo bem do povo Romano.
Eu incluí, em trinta e seis[19] livros, 20 mil tópicos, todos merecedores de atenção (pois, como afirma Domitius Piso[20], nós devemos fazer não apenas livros, mas coleções valiosas), obtidos pela leitura de cerca de 2000 volumes, dos quais alguns estão apenas nas mãos de estudiosos por conta da obscuridade dos temas, adquiridos pela atenta leitura de 100 autores selecionados[21]; e para estes fiz consideráveis adições de fatos que não eram conhecidos de meus antecessores, ou que foram recentemente descobertos. Nem posso duvidar de que omiti ainda muitas coisas; porque sou um mero mortal, e um que tem muitas ocupações. Fui, portanto, obrigado a compor esse trabalho em intervalos irregulares; de fato durante a noite, assim você saberá que não fiquei ocioso mesmo durante esses momentos. O dia eu dedico a você, dividindo precisamente meu sono com a necessidade da minha saúde, e me contentando com essa recompensa, de que enquanto estamos meditando[22] sobre esses temas (de acordo com a observação de Varro), estamos ampliando o tempo de nossas vidas; pois a vida consiste em estar acordado.
Em consideração a essas circunstâncias e a essas dificuldades, não ouso prometer nada; mas você me fez o serviço mais essencial, permitindo-me dedicar meu trabalho a você. Nem isso meramente lhe concede aprovação, mas determina seu valor; pois muitas vezes coisas são concebidas para serem de grande valor, unicamente porque são consagradas nos templos.
Apresente um relato completo sobre toda a sua família – seu Pai, você mesmo e seu irmão, em uma história de nossos tempos, começando quando Aufidius Bassus conclui a dele[23]. Você pergunta: Onde está? Foi concluída há muito tempo e sua precisão foi confirmada[24]; mas decidi mantê-lo sob o cuidado de meus herdeiros, pois não desejaria ser suspeito de ter sido indevidamente influenciado, durante minha vida, pela ambição. Desta maneira, eu confiro uma obrigação àqueles que ocupam o mesmo solo que eu mesmo; e também à posteridade, que, estou ciente, contenderá comigo, como fiz com meus predecessores.
Você poderá julgar meus esforços por eu ter inserido, no início de meu livro, os nomes dos autores que consultei. Pois considero cortês apresentar uma modéstia ingênua, e reconhecer as fontes das quais obtivemos ajuda, não agindo como a maioria das pessoas que consultei. Pois devo informá-lo que, ao comparar vários autores uns com os outros, descobri que alguns dos escritores mais graves e mais recentes copiaram, palavra por palavra, de obras anteriores, sem prestar qualquer reconhecimento; não confessadamente rivalizando com eles, à maneira de Virgílio, ou agindo com a franqueza de Cícero que, em seu tratado “De Republica”[25], professa ter a mesma opinião de Platão, e em seu Ensaio sobre a Consolação para sua Filha, diz que ele segue Crantor e, em seus Ofícios[26], Panæcius; volumes, os quais, como bem sabeis, não devem estar apenas em nossas mãos, mas aprendidos de cor. Pois é de fato a marca de uma mente pervertida e de má disposição, preferir ser flagrado roubando do que devolver o que foi tomado emprestado, especialmente quando adquirimos capital a partir de juros[27].
Os gregos foram maravilhosamente felizes em seus títulos. Um trabalho que denominavam κηρίον, que significa ser tão doce quanto um favo de mel; outro κέρας ᾿αμαλθείας , ou Cornu copiæ, de modo que você pode esperar obter um caldo de leite de pássaro[28] . Então têm suas Flores, Musas, Revistas, Manuais, Jardins, Imagens e Esboços[29], todos títulos para os quais um homem pode ser tentado a perder seus compromissos. Mas quando você entra nas obras, ó deuses e deusas! quão cheios de nada! Nossos compatriotas mais maçantes têm meramente suas Antiguidades, ou seus Exemplos, ou suas Artes. Acredito que um dos mais divertidos tem seus Estudos Noturnos[30], um termo empregado por Bibaculus; um nome que devidamente merecido[31]. Varro, na verdade, não está muito atrás, quando chama uma de suas sátiras, Um truque e meio, e outra de Virando as mesas[32]. Diodorus foi o primeiro entre os gregos que pôs de lado este costume insignificante e nomeou sua história A Biblioteca[33]. Apion, o gramático – aquele a quem Tibério César chamou de Trombeteiro do Mundo, mas preferiria parecer o Arauto da Cidade[34] – de fato supunha que todos aqueles a quem inserisse em qualquer obra acabariam por adquirir a imortalidade. Não me arrependo de não ter dado ao meu trabalho um título mais fantasioso.
Para que eu não pareça, no entanto, tão completamente contra os gregos, gostaria de ser considerado sob o mesmo ponto de vista daqueles inventores das artes, da pintura e escultura, de quem você encontrará relato nestes volumes, cujas obras, embora sejam tão perfeitas que nunca ficamos satisfeitos em admirá-las, estão inscritas com um título temporário[35] de “Apeles, ou Policleto, fazendo isso”; implicando que o trabalho só foi iniciado e ainda era imperfeito, e que o artista poderia se beneficiar das críticas que feitas a ele para que alterasse qualquer parte necessária, se ele não tivesse sido impedido pela morte. É também uma grande marca de sua modéstia, que tenham produzido suas obras como se fossem as últimas que executaram, e tenham sido arrancado deles no momento de sua morte. Acredito que existem apenas três obras de arte que aparecem positivamente com as palavras “tal pessoa executou isto”; destas eu apresentarei uma descrição no lugar apropriado. Nesses casos, parece que o artista sentiu a mais perfeita satisfação com seu trabalho e, portanto, essas peças acabaram despertando a inveja de todos.
Eu, de fato, admito livremente que muito poderia ser acrescentado à minha obra; não apenas isso, mas sobre tudo o que publiquei. Com essa confissão, espero escapar dos críticos obcecados[36], e tenho ainda mais razões para confessar, porque ouço que há certos estoicos e lógicos[37], além de epicuristas (esperava tal coisa dos Gramáticos[38]), que estão parindo contra um pequeno trabalho de gramática que publiquei[39]; e que estão realizado abortos há dez anos – uma gravidez mais longa do que a do elefante[40]. Mas bem sei que até uma mulher certa vez escreveu contra Teofrasto, um homem tão eminente por sua eloquência que conquistou seu nome, que significa o Orador Divino[41], e que a partir dessa circunstância criou-se o provérbio de escolher uma árvore para se enforcar[42].
Não posso deixar de citar as palavras de Catão, o censor, tão pertinentes nesse ponto. Para eles parece que mesmo Catão, que escreveu comentários sobre a disciplina militar[43], e que aprendera a arte militar sob Africanus, ou melhor, sob Aníbal (pois ele não poderia suportar Africanus[44] que, quando era seu general, conquistou pessoalmente seu triunfo), que Catão, eu digo, agiu contra aquelas pessoas desejam méritos atacando os saberes de outros. E o que diz ele em seu livro? “Eu sei que, quando publicar o que escrevi, haverá muitos que farão tudo o que puderem para depreciar meu texto e, especialmente, aqueles que são eles mesmos desprovidos de todo mérito, mas deixo que seus discursos resvalem em mim”. Nem tampouco foi ruim a observação de Plancus[45], quando se dizia que Asinius Pollio[46] estava preparando uma oração contra ele, que seria publicada por ele mesmo ou por seus filhos, após a morte de Plancus, a fim de que não fosse capaz de responder: “São apenas os fantasmas que lutam com os mortos”. Isso deu um golpe tão grande na oração, que na opinião dos eruditos em geral, nada jamais foi considerado mais escandaloso. Sentindo-me, portanto, seguro contra esses caluniadores vis[47], um nome elegantemente composto por Catão, para expressar sua caluniosa e vil disposição (pois que outro tema possuem, além de discutir e gerar confusões?), prosseguirei com meu trabalho como o projetei.
E porque o bem público requer que você seja poupado o máximo possível de todos os problemas, eu juntei a esta epístola o conteúdo de cada um dos seguintes livros[48], e usei meus melhores esforços para evitar que você fosse obrigado a lê-los todos. E isso, feito em seu benefício, também servirá ao mesmo propósito para os outros, de modo que qualquer um possa procurar o que deseja e saber onde encontrar. Isso já foi feito entre nós por Valerius Soranus, em seu trabalho que ele intitulou “Sobre Mistérios”[49].
O primeiro livro é o Prefácio da Obra, dedicado a Tito Vespasiano César.
O segundo é sobre o mundo, os elementos e os corpos celestes[50].
O terceiro, quarto, quinto e sexto livros são sobre Geografia, nos quais estão contidos relatos da situação dos diferentes países, seus habitantes, os mares, cidades, portos, montanhas, rios e dimensões, e as várias tribos, algumas dos quais ainda existem e outras desapareceram.
O sétimo é sobre o homem e as invenções do homem.
O oitavo sobre os vários tipos de animais terrestres.
O novo sobre Animais Aquáticos.
O décimo sobre vários tipos de pássaros.
O décimo-primeiro sobre Insetos.
O décimo-segundo sobre Plantas Odoríferas.
O décimo-terceiro sobre árvores exóticas.
O décimo-quarto sobre videiras.
O décimo-quinto sobre árvores frutíferas.
O décimo-sexto sobre árvores da floresta.
O décimo-sétimo sobre plantas cultivadas em viveiros ou jardins.
O décimo-oitavo sobre a natureza das frutas e dos cereais, e as atividades dos fazendeiros.
O décimo-nono Linho, Vassoura[51] e Jardinagem.
O vigésimo sobre as Plantas Cultivadas que são próprias para alimento e medicina.
O vigésimo-primeiro sobre flores e plantas que usadas para fazer guirlandas.
O vigésimo-segundo sobre guirlandas e medicamentos feitos de plantas.
O vigésimo-terceiro sobre Medicinas feitas de Vinho e de Árvores cultivadas.
O vigésimo-quarto sobre Medicamentos feitos a partir de árvores da floresta.
O vigésimo-quinto sobre medicamentos feitos de plantas selvagens.
O vigésimo-sexto sobre Novas Doenças e Medicamentos feitos para certas Doenças, de Plantas.
O vigésimo-sétimo sobre algumas outras plantas e medicamentos.
O vigésimo-oitavo sobre Medicamentos produzidos pelo Homem a partir de grandes Animais.
O vigésimo-novo sobre autores médicos, e sobre medicamentos de outros animais.
O trigésimo sobre Magia e Medicamentos para certas partes do Corpo.
O trigésimo-primeiro sobre Medicamentos a partir de Animais Aquáticos.
O trigésimo-segundo sobre as outras propriedades dos animais aquáticos.
O trigésimo-terceiro sobre ouro e prata.
O trigésimo-quarto sobre cobre e chumbo, e os trabalhadores de cobre.
O trigésimo-quinto sobre Pintura, Cores e Pintores.
O trigésimo-sexto sobre Mármores e Pedras.
O trigésimo-sétimo sobre gemas.
[1] “Jucundissime;” não é fácil encontrar um epíteto em nossa língua que expresse corretamente o significado do original, afetuoso e familiar, ao mesmo tempo em que é suficientemente digno e respeitoso.
[2] Tradução de Lamb; Carm. I. 4. do original.
[3] “Conterraneus”; não temos palavra que expresse a ideia pretendida pelo original e que seja, ao mesmo tempo, um termo militar. Há, de fato, alguma razão para duvidar se a palavra agora inserida no texto era a originalmente empregada pelo autor: ver as observações de M. Alexandre, em Lem. I. 3; também uma observação na dissertação de Cigalino sobre o país natal de Plínio; Valpy, 8.
[4] “Permutatis prioribus sætabis;” Carm. xii. 14; xxv. 7; v. as notas na trad. de Lamb. p. 135 e 149.
[5] Esses nomes no original são Varaniolus e Fabullus, que deveriam ter sido mudados para Veranius e Fabius, como expressão de familiaridade e afeto; veja Poinsinet, i. 24, e Lemaire, eu. 4
[6] A narrativa de Suetônio pode servir para ilustrar a observação de Plínio: Triumphavit (Titus) cum patre, censuramque gessit una. Eidem collega et in tribunicia potestate, et in septem consulatibus fuit. Receptaque ad se prope omnium officiorum cura, cum patris nomine et epistolas ipse dictaret, et edicta conscriberet, orationesque in Senatu recitaret etiam quæstoris vice, præfecturam quoque prætorii suscepit, nunquam ad id tempus, nisi ab Equite Romano, administratum.” (viii. 5.)
[7] “Perfricui faciem”. Esta parece ter sido uma expressão proverbial entre os romanos; Cicero, Tusc. Queses iii. 41, emprega “perfricuisti” e Marcial, xi. 27. 7, “perfricuit frontem”, no mesmo sentido.
[8] Suetônio fala da preferência de Domiciano pela poesia, como parte de sua dissimulação habitual, viii. 2; veja também as notas de Poinsinet, i. 26, e de Alexandre, em Lemaire, i. 351
[9] “Non eras in hoc albo;” v. a nota de Alexandre, em Lemaire, i. 8. Uma passagem em Quintiliano, xii. 4, pode servir para ilustrar esse uso do termo ‘álbum’; “…quorum alii se ad album ac rubricas transtulerunt…”
[10] Parece que a passagem em que Cícero faz esta citação de Lucílio, não está na parte de seu tratado De Republica que foi recentemente descoberta por Angelus Maius; Alexandre em Lemaire, i. 9. Cícero se refere a essa observação de Lucílio em duas de suas outras obras, embora com uma variação na expressão e nos indivíduos especificados; De Orat. ii. 6 e De Fin. I. 3
[11] “Qui primus condidit styli nasum”
[12] “Sed hæc ego mihi nunc patrocinia ademi nuncupatione”.
[13] “Pecunias deponerent.” Ajasson, i. 11, registra sobre estas palavras, “Qui videri volebant ambitu alienissimi, pecuniam apud sanctum aliquem virum deponebant, qua scilicet multarentur, si unquam hujus criminis manifesti fierent.”
[14] Essa expressão não é encontrada em nenhuma das obras de Cícero que atualmente existem, nem, de fato, é certo que tenha sido algo além de uma observação feita em conversas.
[15] “Provocatio”, chamando.
[16] Horácio, Epist. ii. 1. 143; Ovídio, Fast. iv. 746 e v. 121 e Tibulo, i. 1. 26 e ii. 5. 37, referem-se às ofertas de leite feitas pelo povo do país às suas divindades rurais.
[17] “… est, artium et doctrinarum omnium circulus”; Alexandre em Lem. I. 14
[18] Estas palavras não são encontradas em nenhum dos livros de Lívio hoje existentes; podemos concluir que foram introduzidos na última parte de seu trabalho.
[19] “Quem nunc primum historiæ Plinianæ librum vocamus, hic non unmeratur, quod sit operis index.” Hardouin em Lem. i. 16.
[20] Nada se sabe de Domício Piso, seja como autor ou como indivíduo.
[21] Os nomes desses autores serão encontrados, organizados por Hardouin em ordem alfabética, com um breve relato deles e de suas obras, em Lem. I. 157 e segs; temos quase a mesma lista em Valpy, p. 4903
[22] “Musinamur”. Nós aprendemos com Hardouin, Lem. I. 17, que há alguma dúvida quanto à palavra empregada por nosso autor, seja musinamur ou muginamur; Eu estou disposto a adotar a primeira, como sendo, de acordo com a observação de Turnebus, “verbum a Musis deductum”.
[23] “A fine Aufidii Bassi”; como observa Alexandre, “Finis autem Aufidii Bassi inteligendus est non mors ejus, sed tempus ad quod suas ipse perduxerat historias. Quodnam illud ignoramus.” Lem. I. 18. Para um relato de Aufidius Bassus, nos referimos ao catálogo de Hardouin, mas seu nome não aparece ali. Quintiliano (x. 1) nos informa que escreveu um relato da guerra germânica.
[24] “Jam pridem peracta sancitur”.
[25] Este sentimento não se encontra naquela parte do tratado que foi ultimamente publicado por Angelus Maius. Alexandre em Lemaire, i. 19
[26] O que se segue é provavelmente a passagem nos Ofícios a que Plínio se refere: “Panæcius igitur, qui sine controversia de officiis accuratissime disputavit, quemque nos, correctione quadam exhibita, potissimum secuti sums…” (iii. 2.)
[27] “Cum præsertim sors fiat ex usura.” Os comentaristas e tradutores diferiram respeitando as interpretações.
[28] “Lac gallinaceum”; “Proverbium de re singulari e admodum rara”, segundo Hardouin, que cita uma passagem paralela de Petronius; Lemaire, I. 21
[29] Os títulos no original são dados em grego; Inseri no texto as palavras que mais se assemelham a elas e que foram empregadas por autores modernos.
[30] “Lucubratio”.
[31] O trocadilho no original não pode ser preservado na tradução.
[32] “Sesculvsses” e “Flextabula”; literalmente, Meio Ulisses e Mesa flexível.
[33] βιβλιοθήκη
[34] “Cymbalum mundi” e “publicæ famæ tympanum”.
[35] “Pendenti titulo;” como Hardouin explica, “qui nondum absolutum opus significaret, verum ad huc pendere, velut imperfectum”. Lemaire, I. 26
[36] “Homeromastigæ.”
[37] “Dialectici” Por esse termo, nosso autor provavelmente pretendia designar aqueles críticos que estavam dispostos a insistir em pequenas distinções verbais; “dialecticarum captionum amantes”, segundo Hardouin; Lem. I. 28.
[38] “Quod argutiarum amantissimi, et quod æmulatio inter illos acerbissima”. Alexandre em Lemaire, i. 28.
[39] Plínio, o jovem, em uma de suas cartas (iii. 5), em que enumera todas as publicações de seu tio, nos informa que escreveu “uma crítica em oito livros, relativa à ambiguidade da expressão”. Melmoth de Plínio, i. 136
[40] Os antigos tinham noções muito exageradas a respeito do período de gravidez do elefante; nosso autor, em uma parte subsequente de seu trabalho (viii. 10), diz: “Decem annis gestarevulgus existimat; Aristoteles biennio”.
[41] Seu nome real era Tyrtamus, mas em consequência da beleza de seu estilo, adquiriu a denominação pela qual é geralmente conhecido pelas palavras θεῖος φράσις. Cícero, em várias ocasiões, refere-se a ele; Brutus, 121; Orator, 17 et alibi.
[42] “Suspendio jam quærere mortem oportere homines vitæque renunciare, cum tantum licentiæ, vel feminæ, vel imperiti homines sumant, ut in doctissimos scribant;” Hardouin em Lemaire, I. 29. Aprendemos com Cícero, De Nat. Deor. I. 33, que o nome desta mulher era Leontium; “… sed meretricula etiam Leontium contra Theophrastun scribere ausa sit.”
[43] A. Gellius (vii. 4) refere-se a este trabalho e apresenta um resumo dele.
[44] A hostilidade de Catão a Cipião Africano é mencionada por Líbio, xxxviii. 54 e por Corn. Nepos, Cato, i.
[45] Lucius Munatius Plancus teve um papel notável nas intrigas políticas da época e foi especialmente notado por suas tolices e extravagâncias.
[46] Asinius Pollio é um nome que se destaca na literatura romana; de acordo com a observação de Alexandre, “Vir magnus fuit, prono tamen ad obtrectandum ingenio, quod argument ejus cum Cicerone,” Lemaire, i. 30. Esse sentimento hostil em relação a Cícero supostamente provinha da inveja e da mortificação, porque ele era incapaz de atingir a mesma eminência na arte da oratória que seu ilustre rival. Veja o Índice de Hardouin, Auctorum, em Lemaire, i. 168
[47] “Vitiligatores”.
[48] O índice, que ocupa nada menos que 124 páginas na edição de Lemaire, omiti, por conta de sua extensão.
[49] “᾿εποπτίων.” Para um relato de Valerius Soranus, veja o Índice de Hardouin, Auctorum, em Lemaire, i. 217
[50] Para o final de cada livro da História Natural é acrescentado, no original, uma lista copiosa de referências às fontes de onde o autor derivou sua informação. Estas são muito numerosas; no segundo livro chegam a 45, no terceiro a 35, no quarto ao 53, no quinto ao 60, no sexto a 54, e estão na mesma proporção nos demais livros.
[51] “Spartum;” esta planta era usada para fazer cordas para as videiras e cabos para os navios.