Estive em Buenos Aires e notei na imprensa de lá uma forte rajada de idealismo e de vontade de educar o povo pela propaganda de ideias tendentes a melhorar a situação da mulher. Infelizmente a nossa imprensa ainda está no período de infantilidade, que consiste em encher paginas e paginas de jornais com elogios a personalidades que no momento estão com a chave do tesouro. Das nossas revistas só “Revista da Semana” e uma ou outra que deve existir, são as únicas que, como as outras, não entretêm os leitores com temas como estes. “Está na berlinda a Sta. X… “Por causa dos olhos a Sta. Y… “Por causa da boca a Sta. A.” etc.
Isto, páginas e páginas, colunas e colunas. Se se fala da mulher é para mandá-la fazer doces. Da alma, do espírito, da educação não se trata. “A mulher nasceu para ser mãe”. Este é o chavão com que cabeças vazias de ideias enchem papéis impressos. Não será tempo do nosso jornalismo despertar e desviar os olhos das arcas do tesouro voltando-os para o povo que anda por ai completamente imbecilizado?
Olhem a China!
(Trecho de “Virgindade anti-higiênica”, de Ercília Nogueira Cobra, a sair em breve pela AntonioFontoura).